Faixa marca a consolidação da estética emocional e intensa do artista, que mistura lirismo disfórico e produção refinada em colaboração com Willsbife
Enzo’s Legacy não está apenas lançando músicas: está esculpindo uma identidade artística profunda, marcada por emoção crua, letras com significados ocultos e sonoridade milimetricamente pensada.
Seu novo single, “Adaga”, lançado no último dia 18 de julho nas plataformas de streaming, traz participações de Carla Sol e Torya, além da assinatura do respeitado produtor Willsbife, conhecido por trabalhos com Don L, Froid e Flora Mattos.
Apesar de ser apenas seu segundo lançamento, o primeiro foi “Pepsi”, lançado há pouco mais de um mês, Enzo demonstra uma maturidade rara. E parte disso tem a ver com o tempo de gestação de “Adaga”.

A faixa nasceu há cerca de cinco anos, quando o artista começou a escrever os primeiros versos.
“Eu tinha montado a estrutura da faixa (refrão, verso, refrão), mas na época achei muito difícil seguir com ela. A energia que eu queria transmitir ainda não estava clara”, relembra.
A redescoberta veio dois anos atrás, quando retomou a composição e finalmente encontrou o caminho certo. “Ela só precisava de um beat bom. Quando levei pro Willsbife, ele entregou muito rápido. O beat ficou tão foda que até fiquei bravo”, brinca.
O beat, segundo Enzo, foi essencial para a combinação perfeita entre instrumental e escrita. “Esse beat é o que mais deu certo com o que eu buscava transmitir”, afirma. “A letra é minha, mas queria que outras vozes ajudassem a contar essa história.” Foi então que vieram os convites a Carla Sol e Torya.
“Procurei alguém com um tom parecido com o da Jaquete [referência vocal do artista], e encontrei a Carla. Mas ainda faltava algo. Aí chamei a Torya”, explica.
A letra de “Adaga” fala de feridas emocionais profundas e da tentativa de encontrar conforto no meio do caos:
“Deveria excluir boas recordações / Tô rezando por alívio das emoções / Temos que resolver juntos nossas questões / Aquela adaga era o intuito.”
O nome da música remete a essa dor, cortante, silenciosa, mas que também pode representar um instrumento de transformação.
Para Enzo, a faixa serve como um manifesto emocional. “Por mais que eu não esteja falando de coisas boas, estou tentando transmitir algo que as pessoas possam sentir como um conforto. Quero que o som seja um abrigo, independente da fase que elas estejam vivendo”, define.
Um detalhe pessoal reforça essa camada de intimidade: parte da música começou a ser escrita quando seu avô ainda era vivo. “Eu tava fazendo um monte de perguntas sobre música pra ele. Não tem a ver diretamente com a letra, mas é uma lembrança importante desse processo”, conta.
Em “Adaga”, Enzo’s Legacy não só consolida sua estética intensa, sensível e urbana como também mostra que está mais interessado em criar experiências do que apenas hits. O artista moderno, que compõe para além de si e entrega uma obra com múltiplas vozes, sentimentos e camadas, está apenas começando, mas já deixa claro que veio para ficar.
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