Hoje em dia uma grande parte dos casais continuam sofrendo com a cobrança sobre ter filhos, em especial as mulheres que ainda estejam em idade fértil. Para a psicóloga Maria Rafart, essa cobrança é como se houvesse uma espécie de “Espada de Dâmocles”, como diz o mito grego, pairando sobre a cabeça de uma mulher, presa apenas por um fio – a qualquer momento a espada pode cair sobre ela e ela pode “perder” a chance de ser mãe.
Segundo Rafart, o abalo psicológico desta pressão social é imenso e mulheres que muitas vezes têm a carreira profissional consolidada sentem-se menos do que as antigas colegas de escola que já são mães.
“Mulheres sabem que biologicamente, se não tiverem filhos até uma certa fase, não poderão tê-los depois. Cada vez é maior o número delas que acabam por optar pelo congelamento de óvulos. Os relatos são parecidos: muitas vezes contam que não é porque elas pensem no próprio arrependimento futuro, e sim, porque a pressão da sociedade pode ser tão forte a ponto de fazê-las querer ter filhos”, disse a psicóloga, que completou:
“Alguns perfis em redes sociais já falam inclusive em laqueadura sem ter filhos. As proprietárias desses canais ainda relatam frequentes ataques a suas ideias, seja os comentários, sejam nas mensagens diretas. Isto é um termômetro de que a sociedade ainda não está preparada para parar de cobrar que alguém tenha descendentes”.
A profissional também explica que no fim do horizonte, contudo, acena uma nova geração, que consiste no grupo de pessoas com idade entre 18 e 30 anos, a chamada de Geração Z, que, preocupada com o futuro do planeta e também consciente de que o valor do investimento afetivo num filho é muito grande, decide e comunica que não quer ter filhos.
“É um movimento de homens e mulheres, que tomam decisões sobre seus próprios corpos e suas próprias vidas. Ainda teremos um futuro em que na noite de natal a mãe não perguntará à filha e ao genro quando eles finalmente lhe darão o esperado neto…”.
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